top of page

Os Craques do BOTAFOGO         

Entre craques e amigos, Fribook bateu um papo com três dos maiores nomes do futebol brasileiro: Mauro Galvão, Mendonça e Maurício.

 

A convite de Luiz Paulo Mussi, dentista friburguense e torcedor do Alvinegro, a Fribook registrou com exclusividade a visita e o carinho por Nova Friburgo de três grandes ícones da história do Botafogo. Mauro Galvão, Mendonça e Mauricio participaram do evento em Nova Friburgo que conciliou pelada e feijoada na Sede Social do Friburguense Atlético Clube, que ainda contou com stand do “Abrace o Botafogo”, para cadastramento dos alvinegros no programa de sócio torcedor. Foi uma festa para os torcedores do Fogão que fizeram fila para cumprimentar e tirar fotos com seus ídolos. Foram dezenas de camisetas assinadas, tudo com muito respeito e carinho entre torcedores e jogadores.  Na hora da pelada ainda teve o gol de Mauro Galvão que acalentou a torcida da Estrela Solitária. No meio de todo esse assédio dos fãs, tivemos a oportunidade de conversar com as estrelas do evento.

 

FRIBOOK – Como está sendo essa visita a Nova Friburgo? Já conheciam a cidade?
 
MAURÍCIO – Faço questão de espalhar para todo mundo no Rio sobre a receptividade calorosa que tive em Friburgo. É muito importante esse trabalho que está sendo feito, fico muito agradecido pela organização do evento. Já me sinto como parte da família Friburguense e do Clube Friburguense. Pela hospitalidade que fui recebido, com certeza vou voltar mais vezes.

 

MAURO GALVÃO – Eu vim algumas vezes com o Botafogo e com o Vasco também para fazer pré-temporadas. Tenho boas recordações daqui. Foi aqui que começamos a montar o projeto do Botafogo, vamos dizer assim, para voltar a ganhar um título depois de vinte e um anos. Viemos para cá na pré-temporada de 89 e de 90 também, e tivemos muita tranquilidade para trabalhar. Muito feliz por estar aqui, local onde guardo lembranças tão positivas. Toda vez que puder, vou voltar. É bom voltar para um lugar onde a gente conseguiu plantar alguma coisa.

 

MENDONÇA – Tenho uma ligação com Madalena. Sempre frequentei a região. A bola aproxima. Fico sabendo que vai rolar uma bola no Campestre e subo na sexta para só voltar no domingo de manhã. Fico sempre na mesma pousada. Estou sempre vindo para a serra.

 

FRIBOOK – Qual o momento mais marcante, que vocês consideram mais importante na carreira de cada um?

 

MAURÍCIO – Tem o gol do título do Botafogo de 89. Mas fui um garoto criado na favela, consegui superar todas as dificuldades da vida e cheguei à Seleção Brasileira. Sou muito feliz porque Deus me proporcionou a alegria de ser um atleta.

 

MAURO GALVÃO – O momento mais importante na minha carreira foi o começo no Inter. Tinha 17 anos e o time ganhou o Campeonato Brasileiro (1979). Era o ano da minha estreia e foi o que me abriu as portas. O time de base era muito bom, tinha Falcão e Batista.

 

MENDONÇA – Passei muito aperto. Era morador de Bangu e, aos quinze anos, acordava às cinco da manhã para pegar o trem na Central do Brasil em direção à General Severiano (sede do Botafogo). Pouca gente sabe, mas naquela época peguei o Zagallo. Estava no Juvenil e um dia enquanto tomava banho recebi o recado que o Zagallo queria que fosse treinar com os profissionais. E foi lá que conheci e convivi com grandes nomes, como Gerson, Zequinha, Nilson Dias e Carlos Alberto Torres. Mas tinha a volta para casa e ainda sem comer nada. Tive uma situação no Brasileiro contra o Flamengo, foi um gol muito bonito. Mas o mais importante aconteceu com o maracanã lotado. O Fluminense estava ganhando de um a zero e eu estava mal... um grupo de torcedores pedia para me tirarem do jogo. Sempre lembrava do que meu pai (ex-zagueiro do Bangu Atlético Clube, conhecido também como Mendonça) dizia: “vai chegar um dia em que você não vai estar bem tecnicamente, mas procure estar bem fisicamente, para você procurar o jogo”. E aí dei sorte. Não me  lembro bem de quem foi o cruzamento e eu fiz um gol de cabeça. Aí aqueles mesmos torcedores começaram a clamar meu nome.

 

FRIBOOK – Algum ídolo no futebol?

 

MAURÍCIO – Garrincha! Quer outro? Pelé. Quer outro? Zico. Quer outro? Jesus!

 

MAURO GALVÃO – Um cara que eu via jogar e depois tive a oportunidade de jogar com ele: Falcão! Uma coisa que era difícil de imaginar. Ele ajudou muito na minha trajetória. Me apontou para a diretoria do Inter.

 

MENDONÇA – Não preciso nem pensar: Zico! Ele é o cara, dentro e fora do campo. Quando jogavam Botafogo e Flamengo, ele me dava orientações dentro do campo de jogo. E o cara era meu adversário! E das faltas que eu batia, ele me dizia: “Mendoncinha isso aqui é a meia lua. Então você treina isso aqui, no meio e no outro lado”. Aí eu passei a fazer isso. Você nunca escuta nada de errado que o Zico tenha feito, seja na sua carreira ou na sua vida particular.

 

FRIBOOK – O que vocês acham que falta no futebol brasileiro?


MAURÍCIO – Falta uma boa gestão na CBF e FIFA. Incentivar mais os campeonatos. Com tanto recurso, poderiam proporcionar um campeonato diferente, patrocinado até por eles mesmos. Nos clubes, fazer um melhor trabalho de base. Hoje em dia está tudo robotizado. Já a Europa está fazendo o contrário, está trabalhando suas equipes de base. Por falta desse planejamento, os craques que surgem por aqui acabam indo embora. É necessários seriedade e gestão.

 

MENDONÇA – Falta profissionalismo nos dirigentes e honestidade nos árbitros. É preciso pessoas íntegras para arbitrar o jogo. Nunca fui jogador de futebol, fui atleta. Atleta de um time de futebol. Tem que ter o coletivo. O grupo tem que tirar as frutas podres para que o melhor prevaleça.
 
MAURO GALVÃO – Eu acho que tem que mudar a legislação do futebol, senão os jogadores vão sair sempre. O Brasil produz muitos craques. Nós temos a matéria prima. Os clubes de fora vêm com o poder financeiro e levam os jogadores embora. Hoje vivemos o dilema de um país onde toda hora aparecem escândalos e clubes falindo. E com os escândalos da FIFA o problema virou internacional. A nossa imagem está muito arranhada!

bottom of page