JHENNIFER ALVES, orgulho friburguense!
A jovem que começou a treinar motivada por problemas respiratórios hoje se destaca na natação mundial, com a conquista da medalha de bronze nos Jogos Panamericanos de Toronto, Canadá.
Assim como são contadas as historias mitológicas dos heróis da Antiga Grécia, onde a superação e a perseverança são coadjuvantes de habilidades extraordinárias e índole imbatível, nos dias atuais somos surpreendidos por relatos sobre heróis contemporâneos que venceram apesar das adversidades. E foi assim a conquista do bronze Pan-Americano pela jovem nadadora friburguense Jhennifer Alves em julho ultimo em Toronto, no Canadá. A atleta, que aos seis meses foi diagnosticada com uma forte pneumonia e bronquite, teve uma infância pautada por problemas respiratórios. Ao completar doze anos, Jhennifer aprendeu a nadar por indicação médica para tratar uma rinite alérgica. Mas não era fã do esporte, faltava aos treinos e chegava a chorar para não ir treinar. Mas ao conseguir seu primeiro resultado significativo em 2013, houve uma mudança radical e uma nadadora dedicada e guerreira surgiu. Teve sempre o apoio da família e de grandes profissionais que perceberam desde o inicio seu talento natural, como é o caso da renomeada professora de natação da Academia Aqua Fitness, Zeze Costa, que a ensinou a nadar o estilo peito, descobrindo seu grande potencial. A Aqua Fitness, sempre presente na trajetória da atleta, disponibilizou suas piscinas e sala de musculação para que a atleta pudesse treinar toda vez que fosse necessário, ajudando sempre no seu desempenho. Convocada pelo Flamengo, a nadadora teve que enfrentar a distância dos amigos e da família, mas compensou o sacrifício com vitórias, uma atrás da outra. Seu atual treinador, Fernando Pereira, do Flamengo, confia na dedicação e técnica apurada da atleta. E o resultado não podia ser outro. Jhenny surpreendeu no Aberto de Natação de 2014, se consagrando como a melhor nadadora no estilo peito do Brasil, marca que trouxe o convite para participar da Seleção Brasileira Principal em 2015. E já na sua primeira competição internacional, a Sul-Americana Juvenil em Lima, no Perú, com apenas 17 anos, faturou duas medalhas de ouro e uma de prata. Vitória que só não foi maior por causa de uma virose que a forçou ao seu limite, enfrentando grandes adversários tomada por febre muito alta. Sem contar ainda com o ouro no Brasileiro Junior, ouro e prata no Troféu Maria Lenk. Mas a atleta não se destaca só pelas suas habilidades físicas. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, mesmo não conseguindo melhor resultado individual, teve presença de espírito e alegria para ajudar suas companheiras de equipe no Revezamento 4x100 Medley e conquistar sua medalha de bronze. E mais uma vez graças ao seu espírito de equipe e dedicação, Jheniffer, ao lado de Etiene Medeiros, Daynara de Paula e Larissa Oliveira, garantiu a vaga para o Revezamento 4x100 Medley no Rio em 2016, no Mundial de Esportes Aquáticos, em Kazan, na Rússia. Isso sem mencionar a quebra no seu próprio recorde nos 50 metros estilo peito, no mesmo evento. Estamos falando de uma menina que aprendeu a nadar há apenas seis anos e agora se encontra a 90 centésimos de segundo de conquistar sua classificação individual para os 100 metros estilo peito no Rio 2016. A Fribook, mais uma vez, celebra junto ao povo Friburguense o triunfo de mais uma atleta que marca seu nome na história do esporte. Confira a seguir nossa entrevista exclusiva com a simpática Jhenny, o fenômeno da Natação de Friburgo e do Brasil, que apesar da sua agenda apertada, nos concedeu um pouco do seu tempo entre as competições em Kazan, na Rússia.
FRIBOOK - Diferente de muitas atletas, você começou a nadar aos doze anos. Agora aos 18 é medalhista Pan-Americana. Como foi o processo para chegar ao patamar que você se encontra agora?
JHENNIFER - Tive que enfrentar vários obstáculos, como por exemplo mudar de cidade e ficar longe da família para ir treinar na sede do Flamengo, para buscar resultados como os de hoje.
FRIBOOK - Como foi sua preparação para os Jogos Pan-Americanos?
JHENNIFER - Desde quando saiu a minha convocação para o Pan, procurei dar o meu melhor a cada dia nos treinos, que foram intensos. Chegou a rolar lágrimas já no treinamento. Hoje vejo que valeu muito a pena cada lágrima derramada nos treinos, pois consegui o meu melhor tempo nos Jogos do Pan.
FRIBOOK - Você é medalhista Pan-Americana e venceu muitas adversárias extremamente competentes. Como isso tudo mexe com você?
JHENNIFER - Sempre foi meu sonho participar dos Jogos Pan-Americanos. Esse ano deixou de ser um sonho e passou a ser realidade, e ainda veio junto uma medalha. Isso tudo me dá mais vontade de continuar treinando e me dedicando, pois quero participar de novo. Demorou um pouco para perceber o grande feito, às vezes me questiono se isso realmente aconteceu.
FRIBOOK - Fale um pouco sobre a competição na Rússia.
JHENNIFER - Na Rússia foi um pouco mais puxado. O nível da competição foi mas alto que nos Jogos Pan-Americanos, e até bem mais importante, onde grandes nomes da natação mundial participaram.
FRIBOOK - Jogos Olímpicos. O que mais se precisa conquistar para chegar lá?
JHENNIFER - O meu foco depois dessas competições é a seletiva para 2016. Para participar tenho que me manter no topo do ranking brasileiro na prova dos 100 metros peito ou fazer o índice exigido. Vou continuar me dedicando ao máximo e defender a minha vaga com unhas e dentes para esses jogos olímpicos!
FRIBOOK - Nova Friburgo inteira festejou sua vitória nos Jogos Pan-Americanos e agora estamos na torcida pela a classificação dos 100 metros peito para o Rio 2016. Muitos jovens se espelham nas suas vitórias. Pode mandar um recado para esses jovens e crianças que aspiram ser campeões como você?
JHENNIFER - Quero agradecer à nossa cidade pelo grande apoio, muito obrigado a todos. Quero deixar uma frase que eu levo comigo sempre que é “nada é impossível para aquele que persiste”. Se você tem um sonho, não deixe de acreditar e nunca deixe de segui-lo, pois nada é impossível se você realmente tem o desejo de realizá-lo. Muito obrigada pela oportunidade, Revista Fribook. Um grande abraço!
Enquanto fechávamos esta edição, fomos informados que Jhenny conquistava excelente colocação no Troféu Jose Finkel em São Paulo, vencendo nos 50 metros peito a melhor atleta da competição, Taylor McKewn. E ainda terminou em segundo lugar nos 100 metros, mantendo seu índice impecável. Fé, perseverança e muito trabalho fazem toda a diferença. Mas se os deuses do antigo Olimpo se encantarem ainda mais por esta fenomenal atleta, o ouro olímpico pode brilhar a nosso favor no Rio 2016, embalado nas braçadas da nossa campeã. Boa Sorte Jhenny!