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RIGUES FLY - A Arte do Atado

Todo pescador que se preze tem uma história mirabolante para contar. Mas independente do feito, invariavelmente tudo começa com a isca e o anzol. A arte do atado, que imita com exatidão iscas, sejam elas peixes, insetos ou pequenos mamíferos utilizando materiais que vão de pêlos, penas e até materiais sintéticos atados a um anzol, relaciona-se diretamente com a evolução da pesca. Mas muito além da teoria, materiais e técnicas, o “savoir faire” do atador faz de cada “fly tie” uma obra prima, assumindo o papel de um verdadeiro pescador de sonhos para os aficionados da pesca. Nesse cenário encontramos Sebastião Rigues, friburguense de 50 anos, que nos recebeu no ateliê do Rigues Fly com seus extraordinários atados artesanais que fazem sucesso ao redor do mundo.

 

FRIBOOK – Como começou seu interesse em confeccionar anzóis?
 
SEBASTIÃO RIGUES – Pescar já era uma paixão antiga, tanto que me rendeu até uma matéria numa revista especializada. Então, lendo um dessas revistas nasceu o interesse pelo Fly Tie (arte de atar iscas em anzóis). Isso foi há 27 anos e fui aprendendo sozinho. Me custou muito, exigiu muita determinação. Para aprender a arrepiar uma pena, por exemplo, foi difícil, demorei três meses. Uma madruga acordei e consegui fazer. E aí começou. Fiquei animado. Tive que me adaptar com o tipo de material acessível. O material que uso é muito caro, mas hoje ganho muito material de clientes.

 

FRIBOOK – Como é o processo de criação das iscas?

 

SEBASTIÃO RIGUES – Tudo é muito estudado. Tem seu passo a passo. Toda isca é desenhada antes para servir como modelo. Hoje minhas iscas são consideradas obras de arte no exterior. Tem gente que não usa. Dizem que não tem coragem de colocar na água. Algumas viram até quadros. Mas todas as minhas iscas são para uso. Faço iscas duráveis e para todo tipo de pesca.
 
FRIBOOK – Como consegue fazer tantas vendas para o exterior?

 

SEBASTIÃO RIGUES – Depois que comecei a usar o Facebook, as vendas aumentaram. Consegui muitos contatos no exterior. Hoje vendo muito material para os Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Canadá, Costa Rica... Hoje a arte de atar quase não existe. Muita gente compra de mão de obra escrava no Haiti e revende como se fosse deles. E o material é sem qualidade. Minhas iscas não vendo barato, mas são de primeira. Minha venda é personalizada. Crio seguindo a necessidade de cada cliente, seja para pesca em água doce ou salgada... minhas iscas são “matadoras”. As pessoas também me enviam fotos com o que conseguem pescar com minhas iscas. Meu filho João Vitor, de treze anos, aprendeu a arte e já faz suas próprias iscas.

 

O simpático Sebastião ainda nos mostrou uma infinidade das suas criações e algumas fotos dos seus clientes com seus “troféus”.  E para confirmar ainda mais sua veia artística, nos brindou com um solo de gaita. Uma interpretação intimista de “Dust in the Wind”, da banda norte-americana Kansas. Sugestivo para um autodidata que soube se adaptar e usar a seu favor os vendavais da vida.

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