MANUAL DO CÉREBRO por Carlos J. Magliano Neto - Coach Neurolinguísta
ESTAÇÕES DA MUDANÇA
Observe a sua história pessoal: quantas vezes você esteve bem, sem problema nenhum que o incomodasse profundamente? Algumas vezes, não é verdade? E depois da época de bem estar, o que aconteceu? Surgiu uma pulguinha atrás da orelha. Você talvez tenha dito: “Não sei o que é, mas já não me sinto bem como antes... parece que algo vai acontecer...” E aí a surpresa: um problema se apresentou em seu caminho. Você se sentiu fraco e desmotivado com o que aconteceu. E provavelmente apareceram alguns outros problemas juntos, pois parece que problema não gosta de andar sozinho. Você se sentiu então no fundo do poço e disse: “Agora está tudo ruim!” Mas o tempo passou e você começou a enxergar a luz no fim do túnel. A esperança passou a se apresentar. E você disse: “Começo a me sentir melhor novamente”. As coisas foram entrando no seu eixo, as soluções começaram a aparecer. O caminho foi árduo, mas chegou o momento da superação. Você já começou a olhar o problema no passado e, aliviado, já pôde dizer: “Agora está tudo bem novamente”.
Você já passou por isso? Todos nós já passamos. A estrutura de uma mudança é a mesma para todos nós. As etapas de uma mudança, seja em qualquer situação, podem ser muito bem visualizadas da seguinte maneira:
VERÃO: “Tudo está bem” (a vida é uma beira de praia, com um calor gostoso e um refrescante mergulho acompanhado de um suco de laranja ou uma cervejinha...)
OUTONO: “Já esteve melhor” (as folhas das minhas certezas começam a ser levadas pelo vento da dúvida, parece que algo está errado...)
INVERNO: “Agora está ruim” (tudo secou, o frio da falta de esperança me congela e me impede de agir positivamente. Parece que não tem saída...)
PRIMAVERA: “Está melhorando” (as folhas da esperança começam a brotar novamente e começo a ver novas possibilidades...)
NOVO VERÃO: “agora está tudo bem novamente” (após passar por todas as etapas da mudança, encontro-me bem novamente, olhando as dificuldades com superação e confiança...).
Esse modelo para enxergar a vida pode ser muito útil para desenvolver ações eficazes e pensamento sadio diante dos revezes da vida. Revezes que podem ser nosso fracasso ou nossa subida, dependendo do modo como o encaremos. Até porque, também como na natureza, cada estação da mudança tem as suas riquezas que podem ser exploradas por uma mente consciente do momento em que se está atravessando:
VERÃO: Época de estabilidade emocional, tempo propício para se dedicar a alargar a mente e desenhar novos sonhos. Aqui há o perigo da acomodação que a fase seguinte tem a função de desfazer.
OUTONO: Fim do comodismo. Quem não aproveitou o verão para desafiar-se com planos maiores, pode se assustar com o cheiro da mudança no ar. Momento de atenção para perceber as oportunidades que a crise pode trazer.
INVERNO: Momento crítico. O frio emocional toma conta. Porém, é nesse momento que podem surgir as melhores ideias. Na natureza, o inverno é a época em que a semente desenvolve seu melhor potencial para vencer o frio e acaba dando o show da primavera.
PRIMAVERA: Época das revelações de estratégias pensadas na estação anterior. Tempo de manter-se agradecido e com o foco nas ideias florescidas.
NOVO VERÃO: Tarefa cumprida! Tempo de olhar adiante, buscando no passado apenas o que foi aprendido para uma qualidade de vida melhor. Tempo de olhar os erros do caminho não como fracasso, mas como respostas da vida para melhoria contínua. Mas atenção: após o “novo verão” poderá vir o “novo outono”... por isso, manter-se sempre atento, sem acomodar-se.
E você, caro leitor, onde está nas estações de mudança? Por qual estação você está passando nesses dias? Permita-se descobrir um pouco de você mesmo, identificando sua atual estação.